9 Erros Comuns na Gestão de Riscos no Transporte que Podem Custar Caro

A gestão de riscos no transporte é um dos pilares da segurança operacional e da sustentabilidade financeira de empresas logísticas. Ainda assim, muitas organizações continuam expostas a falhas previsíveis — que geram prejuízos, aumentam o número de sinistros e colocam em risco a reputação do negócio.

A seguir, listamos 9 erros críticos que podem comprometer o desempenho de qualquer estrutura de Gerenciamento de Riscos (GR):

1. Miopia de riscos e processos de GR

Um erro estratégico comum é reduzir a Gestão de Riscos ao rastreamento de de veículos de carga ou ao cumprimento da apólice de seguros.
O GR vai muito além disso: precisa atuar de forma integrada, proativa e analítica, identificando riscos invisíveis — como falhas humanas, fragilidades na cadeia de custódia, questões climáticas e mudanças legais.

Sem essa visão ampliada, a operação navega no escuro.

2. Falhas recorrentes em procedimentos simples

Boa parte dos sinistros nasce de erros básicos que poderiam ser evitados:
• Ausência de checklist de pré-carregamento
• Falhas no cadastro de motoristas e veículos
• Desrespeito às regras de segurança
• Negligência na checagem de lacres e equipamentos

Esses erros expõem a operação a fraudes, desvios e acidentes evitáveis.

3. Falta de auditorias de processos

Sem auditoria contínua de processos, não há visão real sobre o problema
Ignorar a verificação periódica da aplicação dos protocolos de GR impede o acompanhamento da performance e mascara falhas operacionais.
Auditar é garantir que o plano de segurança está sendo executado, que os dados estão sendo corretamente alimentados e que as não conformidades estão sendo tratadas com rigor.

4. Falta de uma trilha de treinamentos continuados

Treinamento não é evento — é processo.
Capacitar condutores, analistas e parceiros apenas uma vez por ano ou na integração inicial é incompatível com o dinamismo da logística moderna.
É necessário manter uma trilha de capacitação contínua, com atualizações técnicas, comportamentais e operacionais, incorporando aprendizados dos próprios sinistros.

5. Falta de atualização de documentação

Documentos operacionais desatualizados representam riscos jurídicos, fiscais e operacionais.
Planos de segurança, POPs, roteiros, manuais e contratos precisam refletir a realidade atual da operação, inclusive em relação à legislação vigente e às tecnologias utilizadas.

Documento que não é revisado, não é confiável.

6. Ausência de comunicação clara e direta

A gestão de riscos precisa ser bem comunicada para ser bem executada.
Instruções complexas, sem padronização, ou mal compreendidas por motoristas e operadores causam desinformação e falhas de execução.
É preciso investir em comunicação simples, acessível e objetiva, com recursos visuais, campanhas internas, sinalizações e retorno de campo.

7. Foco excessivo em indicadores reativos

Mensurar apenas sinistros ocorridos (roubos, avarias, extravios) é importante — mas não suficiente.
A maturidade em GR exige o uso de indicadores preditivos, como:

  • Cumprimento de rotas e janelas
  • Número de alertas gerados por comportamento de risco
  • Aderência ao plano de viagem
  • Engajamento com treinamentos

O que se mede, se gerencia. Mas o que se antecipa, se evita.

8. Dependência de soluções genéricas ou engessadas

Implantar modelos prontos e padronizados de GR sem considerar o tipo de carga, o perfil da rota ou as particularidades do cliente é um erro de origem.
Além disso, sistemas não integrados geram duplicidade de esforço e perda de dados críticos.
É essencial ter ferramentas flexíveis, adaptáveis e integradas, com leitura de contexto e capacidade de gerar respostas rápidas.

9. Não envolver o cliente no processo de GR

Gerenciar risco de forma isolada — sem envolver embarcadores, transportadores e parceiros estratégicos — é construir um plano incompleto.
O GR deve ser cocriado com o cliente:

  • Alinhamento de expectativas
  • Compartilhamento de dados
  • Planos de contingência conjuntos
  • Feedback em tempo real

Quem paga pela carga precisa estar alinhado com a proteção dela.
Evitar esses 9 erros é mais do que reduzir prejuízos — é proteger vidas, patrimônio e a reputação da sua operação.
A gestão de riscos no transporte é uma vantagem competitiva quando aplicada com visão estratégica, disciplina técnica e comunicação eficiente.

Prevenir é mais barato. Gerenciar é mais inteligente.
E quem investe em GR com seriedade, colhe segurança e resultados.

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